Bryconops munduruku foi descoberto por pesquisadores da Ufopa. Outras espécies foram descobertas e serão divulgadas posteriormente.
Pesquisadores da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) descobriram uma nova espécie de peixe no no igarapé Açu que pertence à bacia do Rio Tapajós, localizado na Floresta Nacional do Tapajós (Flona), próximo ao município de Aveiro, oeste do Pará. O peixe é de pequeno porte – o maior espécime encontrado mediu 96 mm – é similar as piabas, encontradas nos rios do Brasil.
A nova espécie foi batizada em homenagem aos indígenas da etnia Munduruku – nativos da margem direita do rio Tapajós que originaram o município de Aveiro – e recebeu nome científico de Bryconops munduruku.
A descoberta é resultado da pesquisa realizada pelo biólogo Cárlison Silva de Oliveira, para a dissertação de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Recursos Aquáticos Continentais Amazônicos (PPG-RACAM) da Ufopa. Ele contou com a orientação do professor Frank Raynner Ribeiro e co-orientação do docente André Luiz Canto.
De acordo com o biólogo, a espécie é diferente devido a aparência, coloração e anatomia, a contagem de escamas, estrutura óssea e outros termos técnicos. Até o momento foi encontrada em apenas um igarapé que drena para o rio Tapajós.
Para a comprovação da nova espécie e confirmação de nomenclatura, foi necessária a divulgação da descoberta em um jornal científico. A publicação foi feita no jornal internacional Zootaxa, uma referência em taxonomia animal.
Outras espécies
A pesquisa de Cárlison é a primeira sobre a ictiofauna – termo exclusivamente utilizado para a fauna de peixes. Segundo os estudiosos, os igarapés da Flona Tapajós contam com grande quantidade de peixes, mas até então não havia nenhuma pesquisa relacionada ao assunto. Somente durante a realização da pesquisa, 117 espécies de peixes foram encontradas nos 22 igarapés estudados.
De acordo com os pesquisadores, o estudo contém o maior registro sobre a ictiofauna dos igarapés localizados em unidade de conservação. Através das coletas de materiais foi possível a descoberta de outras espécies de peixes que poderão ser descritas posteriormente, após novos estudos e comprovação científica.